sábado, 14 de fevereiro de 2009

ETAZETA (255-254 a.C.)

Rainha da Bitínia, Etazeta foi regente por um ano após a morte de seu marido, o Rei Nicomedes I. Ambiciosa, Etazeta induziu a Nicomedes a excluir da sucessão real os filhos do seu primeiro casamento com Ditizela e a preferir os filhos deste com ela. Quando da morte do Rei, os filhos deste com Etazeta eram menores e ela assumiu a regência do Reino e os colocou sob a tutela do Rei Antígono II da Macedônia, Ptolomeu II do Egito e solicitou proteção das cidades de Bizâncio, Heraclea e Cios conforme determinado por Nicomedes antes de sua morte. Para dar maior legitimidade ao seu governo Etazeta casa-se com o irmão de Nicomedes.
O lago Abant (Turquia) fazia parte do antigo reino da Bitínia.

Afastado astutamente do trono por sua madrasta , Ziaelas, filho mais velho de Nicomedes, exila-se na corte do Rei Sames da Armênia Sofene. No entanto, quando da morte de Nicomedes, Ziaelas se lança numa campanha bélica para tomar o trono da Bitínia.
Como nenhum dos presumidos guardiões de seus filhos e governo interviram, Etazeta foi derrotada por Ziaelas e desterrada para a Macedônia com seus filhos onde posteriormente morreu.

FONTE: Wikipédia, versões em inglês e espanhol.

NICOMEDES I (278-255 a.C.)

Nicomedes, filho primogêntio e sucessor de Zipoites, foi o segundo rei da Bitínia. Abaixo, moeda com a efígie de Nicomedes I.



Nicomedes I iniciou seu reinado mandando degolar dois de seus irmãos, tendo em vista evitar futuras disputas pelo trono. Em 277 a.C. um terceiro irmão, chamado Zipoites como seu pai, lançou-se em armas contra Nicomedes. Sustentado por Antíoco Sóter, rei da Síria helenística, Zipoites II teve êxito considerável já que conseguiu dominar uma boa parte da Bitínia. Enquanto enfrenta seu irmão, Nicomedes ainda tem que lutar contra Antíoco Sóter que tenda dominar a Bitínia desde os dias de seu pai. Para fortalecer-se contra a ameaça de Antíoco, Nicomedes se alia à cidade grega livre de Heraclea Pôntica e com o rei da Macedônia Antígono II Gônotas. O ataque de Antíoco foi inexpressivo já que se retirou da Bitínia sem travar uma só batalha. Nicomedes volta-se para a ameaça mais grave representada por seu irmão ( que governa parte da Bitínia há três anos) solicitando a ajuda dos celtas da Gália (atual França), que liderados por Lenório e Lotário, atravessaram a Europa e chegando ao estreito do Bósforo (que separa a Europa da Ásia Menor) e atacam Bizâncio. Abaixo, o Estreito do Bósforo(Trácio).


Nicomedes providencia para que os invasores atravessem para a Ásia e juntos derrotam e matam Zipoetes II. Os celtas, mais conhecidos como gálatas, possivelmente ajudaram Nicomedes contra Antíoco e por fim estabelecem-se no interior da Anatólia. Nicomedes assumiu o controle de toda a Bitínia e sob seu reinado esta alcançou poder e prosperidade.
Seguindo os passos de seu pai, bem como de outros muitos governantes gregos da Ásia, perpetuou seu nome com a fundação de uma nova capital. A nova cidade, chamada Nicomedeia, foi erguida próximo ao antigo assentamento da colônia grega de Astacos, local estratégico que resultou em a cidade fosse uma das mais prósperas da Anatólia por seis séculos. Segundo o historiador Eusébio de Cesaréia sua fundação ocorreu em 264 a.C. Nicomédia é a atual cidade turca de Izmit cuja imagem ilustra o título deste blog. Abaixo imagem de Izmit, a antiga Nicomédia.
A Nicomedes é atribuída a compra da famosa estátua de Vênus de Cnido feita pelo escultor Praxíteles cujo valor equivalia a dívida pública da cidade.
Nicomedes casou-se duas vezes. Sua primeira esposa foi Ditizela com quem teve três filhos: Prusias, Ziaelas e Lisandra. Sua segunda esposa, Etazeta, convenceu-o a legar seu trono a seus próprios filhos em detrimento dos de sua primeira união. Quando da sua morte em 255, os filhos de Etazeta eram pequenos e esta assumiu a regência.

FONTE: Wikipédia, versões em espanhol e inglês.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ZIPOITES I (326-278 a.C.)

Zipoites I (também conhecido como Zypoetes, Ziboites ou Cipetes) foi o segundo governante independente da Bitínia e é considerado seu primeiro rei. Durante seu reinado Zipoites manteve campanhas bem sucedidas pela independência e expansão da Bitínia contra os emergentes reinos helenísticos liderados pelos Diádocos. Os Diádocos eram generais macedônios que assumiram o controle de porções do império de Alexandre Magno quando de sua morte, 323 a.C. Abaixo, o os reinos helenísitcos.

Em 315 a. C., Zipoites I lançou uma campanha mal sucedida contra a cidade de Astacos, antiga colônia grega submetida outrora por seu ancestral Doedalso, e contra a cidade de Calcedônia, as quais receberam ajuda do diádoco Antígono I Monoftalmos. No entanto em 314 a.C. Zipoites as submeteu.
Quando Lisímaco da Trácia tentou acrescentar a Bitínia a seus domínios acabou por destruir a cidade de Astacos em 302 a.C. Na batalha de Ipso (301 a.C.), Lisímaco derrota Antígono e se torna senhor da Ásia até os Montes Tauros. Mas o reino bitínio continuou independente por meio de várias guerras de resistência, não só contra Lisímaco, mas contra Antíoco I Sóter, rei da Síria helenística, que tentava submeter a Ásia Menor. Abaixo, moeda do reinado de Lisímaco.

Em 297 a.C. Zipoites proclama-se basileus (rei). Seu pai, Bas, ostentava o título de príncipe da Bitínia.
Zipoites fundou uma cidade que foi chamada Zipoition aos pés do monte Lypedron, sendo ambos locais ainda não identificados. Ele viveu setenta e seis anos. Diz-se que, após reinar 48 anos, morreu em conseqüência da alegria que lhe causou a notícia de uma nova vitória conseguida por seus generais contra Lisímaco. Embora lutasse contra os reinos gregos, Zipoites foi favorável à cultura helênica.
Deixou quatro filhos, sendo sucedido por seu primogênito Nicomedes.
O rio Sankarya, antigo rio Sangarius, que cortava terras da antiga Bitínia.

FONTE: Wikipédia, versão em inglês e espanhol.
Dictionary of Greek and Roman Geography por William Smith. Disponível em:
http://books.google.com.br

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

BAS (376-326 a.C.)

Bas (também conhecido como Bias) era filho de Boteiras e sucedeu-o na liderança dos Bitínios. Não adotou o título de rei, mas de Príncipe da Bitínia, embora fosse soberano de seu povo.
O Lago Sapanca na Turquia fazia parte do antigo reino da Bitínia.
Enquanto Alexandre, o Grande, avançava para o centro do Império Persa, seu lugar-tenente Calas dominava a região da Frígia Helespontina e tentou submeter os Bitínios no que foi repelido por Bas que o derrotou em 333, embora Calas estivesse bem preparado para a batalha. Assim Bas manteve a Bitínia livre dos Macedônios.
Bas governou por 50 anos morrendo aos 71 anos de idade. Foi sucedido por seu filho Zipoites. Abaixo, a região da Frígia Helespontina, a Bitínia e adjacências.



FONTE:

Wikipédia, versão em inglês.

Enciclopedia moderna: Diccionario Universal de Literatura, Ciencias, Artes, Agricultura, Industria y Comercio por Francisco de Paula Mellado. Disponível em:
http://books.google.com.br

BITÍNIA: RESUMO HISTÓRICO

A Bitínia era um território do noroeste da Anatólia e ao sudoeste do Mar Negro que desde a península da Calcedônia chegou a extender-se até Heraclea Pôntica e Paflagônia, Mísia e a Propôntida (atual Mar de Mármara). Suas principais cidades foram Nicomédia, Nicéia e Prusa. Era área estratégica de trânsito entre a Europa e a Ásia. No mapa abaixo, vê-se a grande proximidade da Trácia (Europa) e da Bitínia (Ásia).


Duas tribos trácias, os Tínios e os Bitínios, migraram para a região expulsando ou subjugando os Mísios e outras tribos. Os territórios onde se instalaram ficaram sendo conhecidos como Tínia e Bitínia. Este último nome prevaleceu no decorrer do tempo sobre a área por eles ocupada, a qual foi incorporada pelo rei Creso dentro do Reino da Lídia, com o qual eles caíram sob domínio da Pérsia (546 a.C.) e foram incluídos na satrápia da Frígia, que compreendeu todos os países até o Helesponto e o Bósforo. Abaixo, área da Bitínia e suas cidades na Antiguidade.

No tempo do Rei Dario (522-486 a.C.), os Bitínios pagavam um tributo de cem talentos ao Império Persa. Os Bitínios conservaram, entretanto, seus reis que não passavam mais do que governantes sob o mando persa e que foram aumentando gradativamente sua autonomia e territórios. A dinastia local comercial encabeçada por Doedalses, conseguiu maior soberania em torno de 430. Doedalses (também conhecido como Didalso) já age como rei dos Bitínios no tempo de Dario II (423-404 a.C.). Participou da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) enviando reforços à Alcibíades de Atenas e combate os Dez Mil (mercenários gregos a serviço do persa Ciro, o Jovem) em 401.Em 398 combateu o general grego Dercilidas da Lacedemônia e ocupou Astacos ( futura Nicomédia), colônia da cidade grega de Mégara, fazendo-a sua capital. Sendo assim a região foi governada por Doedalses (430 – 390) e Boteiras (390 – 377). Durante a conquista da Pérsia, Alexandre Magno, após a Batalha de Grânico (334 a.C.), conseguiu submeter às cidades gregas da satrápia de Sparda ( o antigo reino da Lídia). Nesta região surgiriam os reinos de Pérgamo e da Bitínia. Bas, filho de Boteiras, conseguiu manter o território da Bitínia independente de Alexandre e de seus sucessores e seu filho Zipoites proclamou-se rei em 297 a.C. Seus sucessores se mantiveram livres dos Diádocos (sucessores de Alexandre), mas foram perdendo terreno para o Reino de Pérgamo. Abaixo, os primórdios do Reino da Bitínia e reinos adjacentes.

Nicomedes II e Nicomedes III tentaram em vão ampliar seus territórios defrontando-se com a política expansionista de Roma e do Reino do Ponto de Mitrídades VI. Por fim, o último rei, Nicomedes IV, ao morrer (74 a.C.) legou seu reino à República Romana que transformou a Bitínia em uma província. Após a derrota de Mitrídates, o Ponto passou a integrar a província da Bitínia e Ponto. Da Bitínia surgiriam o astrônomo e matemático Teodósio da Bitínia (160-100 a.C.), Antínoo (110-130), amante do imperador romano Adriano (76-138) e Dion Cássio (c. 155-229), historiador, cônsul e senador romano.
A Bitínia foi terreno fértil para o cristianismo. Segundo o Novo Testamento, na segunda viagem missionária, o Apóstolo Paulo, na companhia de Timóteo e Silas, teve o empenho de viajar para a Bitínia, mas uma revelação divina o teria mandado ir para Macedônia (Atos 16:7). Quando o Apóstolo Pedro escreveu sua primeira epístola, já havia uma comunidade cristã na Bitínia por volta de 62–64 d.C. (I Pedro 1:1). Plínio, o Moço, governador da Bitínia, ao escrever ao Imperador Trajano (53-117) menciona muitos cristãos na província, declarando que, no começo do século II, o cristianismo não se confinava apenas às cidades, mas se havia espalhado "também às aldeias e aos distritos rurais". (As Cartas de Plínio, X, XCVI, 9). Abaixo, a Bitínia no contexto do Império Romano sob Trajano no ano 116 d.C.

Futuramente (303) em suas terras aconteceria a grande perseguição contra os cristãos pelo Imperador Diocleciano que fez de Nicomédia a capital da banda oriental do Império. Defronte para o palácio imperial havia um templo cristão que Diocleciano destruiu bem como mandou queimar as Escrituras Sagradas e livros devocionais. Após a ascensão de Constantino (312) e do Cristianismo como religião estatal se daria em terras bitínias dois grandes eventos: em Nicéia (325) se reuniria o primeiro concílio da Cristandade onde foi formalizada a crença antiga e neotestamentária da divindade de Cristo e em Calcedônia (451), o quarto concílio ecumênico da cristandade, onde se definiria a união das naturezas humana e divina em Cristo. Abaixo, a Crisntandade e o mundo romano durante o concílio de Nicéia em 325 d.C.


Depois da queda do Império Bizantino (1453), a Bitínia passou a fazer parte do Império Turco-Otomano e hoje pertence à Turquia.
FONTE: Wikipédia. Versões em inglês, espanhol, galego e portugês.